
Case: Ponto+ – Ponto Eletrônico Inteligente White Label
Como o design inclusivo e a automação simplificaram o controle de jornada de trabalho
Resumo (TL;DR)
Durante o desenvolvimento de uma plataforma de gestão de licitações, identifiquei que muitas empresas enfrentavam riscos ao participar de editais com inconsistências, erros ou até fraudes.
Liderei a frente de Product Manager / Product Designer Leadership, conduzindo entrevistas com analistas de compras e especialistas jurídicos para entender os principais pontos de vulnerabilidade.
O resultado foi a criação de um sistema de IA preditiva capaz de analisar automaticamente editais publicados, identificar possíveis irregularidades e avaliar o nível de conformidade com requisitos legais, reduzindo em 58% o risco de participação em licitações irregulares.
Contexto
Colaborador
Empresa
Cliente
O Ponto+ nasceu dentro do cliente (banco) como parte de uma estratégia para expandir o portfólio B2B com soluções digitais de gestão corporativa.
A ideia era simples, mas ambiciosa: criar um aplicativo de ponto eletrônico acessível, intuitivo e pronto para ser licenciado como white label, permitindo que qualquer empresa pudesse oferecê-lo sob sua própria marca.
O desafio real estava em unir três públicos distintos dentro de um único ecossistema:
O colaborador, que precisava apenas “bater o ponto” sem complicações;
A empresa, que precisava de dados confiáveis e relatórios automatizados;
O banco (empresa cliente), que precisava de um produto escalável e personalizável para comercialização em larga escala.
O Ponto+ nasceu com outro propósito: “Simplificar ao máximo o essencial e automatizar o resto.”
Entendimento do problema
Antes de qualquer prototipagem, mergulhei no mapeamento das dores reais de quem lida com controle de ponto todos os dias.
Entrevistas com equipes de RH, líderes de operação e colaboradores mostraram padrões claros:
O ato de marcar o ponto gerava dúvidas e retrabalho (“bati mesmo?” era uma pergunta comum);
Empresas de diferentes segmentos tinham regras específicas de jornada, baseadas em convenções coletivas;
O retrabalho administrativo era constante: dados duplicados, exportações manuais, conferência de planilhas.

Esses aprendizados moldaram a principal diretriz do projeto: “O Ponto+ deveria ser tão simples quanto apertar um botão, mas por trás dele, haveria uma engenharia de precisão.”
Direção estratégica
A partir dos insights, definimos três pilares de produto:
Acessibilidade e fluidez – a interface deveria funcionar para qualquer colaborador, independentemente do nível de letramento digital.
Automação inteligente – todas as ações administrativas deveriam gerar relatórios e resumos automáticos, sem planilhas.
Escalabilidade white label – o sistema deveria permitir personalização visual e operacional para diferentes empresas.
Essa visão orientou todas as decisões de design e arquitetura. O resultado foi um ecossistema modular, dividido em três camadas perfeitamente integradas.
Definindo o fluxo do usuário principal (simplificado)

Prototipagem e validação

Desenvolvemos o primeiro protótipo em alta fidelidade no Figma e conduzimos testes presenciais com colaboradores de três empresas parceiras, incluindo setores com baixa familiaridade tecnológica.
Os principais resultados observados:
Compreensão imediata da ação principal (registrar ponto): Durante os testes de usabilidade, 8 de 10 participantes conseguiram realizar a ação principal (“registrar ponto”) em menos de 5 segundos sem instrução prévia, o que demonstrou clareza na hierarquia visual e no fluxo principal.
Redução de 47% nos erros de marcação após 2 semanas;
Aumento de 38% na adesão espontânea sem treinamento prévio: Monitoramos o volume de acessos diários por colaboradores novos e identificamos um aumento de 38% na adesão sem comunicações internas ou manuais de uso, o que indicou que o produto estava mais intuitivo e autoexplicativo.
O protótipo foi iterado três vezes até atingir clareza máxima de fluxo e consistência de feedback visual (telas de sucesso, aviso e erro).
Solução final



O Ponto+ se consolidou como um sistema de presença inteligente, com arquitetura modular e uma experiência fluida do início ao fim.
Principais destaques:
Registro de ponto instantâneo com 1 toque;
Geolocalização integrada e segura;
Relatórios automatizados de jornada e custo;
Painel de controle web com filtros avançados;
Sistema escalável para múltiplos clientes (white label).
Visualmente, o produto mantém uma identidade leve e contemporânea, com uso de cores neutras, microinterações sutis e ícones ilustrativos que comunicam ações sem depender de texto, essencial para públicos com menor letramento digital.
Impactos e resultados
Para avaliar o impacto do MVP, definimos indicadores de sucesso com base em dados de uso real e feedback dos usuários. As medições foram feitas via logs internos, Google Analytics e pesquisas qualitativas pós-lançamento. Os principais resultados observados:
47% menos erros de marcação
35% de economia no tempo de conferência
82% de aprovação entre os colaboradores
60% de redução nos chamados de suporte
Geração automática de relatórios quinzenais e exportação contábil
Além dos números, o impacto mais valioso foi a mudança de percepção sobre o controle de ponto, de uma obrigação burocrática para uma ação simples, rápida e transparente.
Lições aprendidas
O Ponto+ mostrou como o design pode atuar como mediador entre tecnologia e inclusão. Projetar para públicos diversos exige mais do que simplificar interfaces. Exige compreender contextos, rotinas e emoções. A experiência reforçou o valor de um design que antecipa erros, elimina dúvidas e reduz fricções, transformando uma tarefa diária em algo quase invisível, mas essencial.

Lucas Costa
Product Designer
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